A Invenção de Hugo Cabret

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Lançamento: 22 Nov 2011 | Categoria: Filmes

A Invenção de Hugo Cabret

Nome original: Hugo

Idiomas: Inglês

Classificação:

Genero: Aventura, Drama, Família

Site:

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Produção: GK Films, Infinitum Nihil, Paramount Pictures, Mandate International, Sikelia Productions

Sinopse

Paris, anos 30. Hugo Cabret é um órfão que vive escondido nas paredes da estação de trem. Ele guarda consigo um robô quebrado, deixado por seu pai. Um dia, ao fugir do inspetor, ele conhece Isabelle, uma jovem com quem faz amizade. Logo Hugo descobre que ela tem uma chave com o fecho em forma de coração, exatamente do mesmo tamanho da fechadura existente no robô. O robô volta então a funcionar, levando a dupla a tentar resolver um mistério mágico.

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Reviews

Autor: Filipe Manuel Neto

**Ainda que não seja livre de erros e problemas, é um excelente filme para ver em família.** Martin Scorsese já nos mostrou ser um extraordinário director e bastante multifacetado. Aqui, ele embarcou num género cinematográfico pouco usual na sua filmografia — os filmes de aventuras — e dá-nos uma pequena preciosidade que vale a pena ver, não só pelo bom trabalho dos actores e pela boa história, mas também pela homenagem, merecida, a um nome por vezes pouco recordado da história do cinema: Georges Méliès. Começou a sua carreira como ilusionista de palco, mas após descobrir a magia do cinema, apostou tudo na nova arte, que ele viu como mais do que uma moda passageira: construiu um dos primeiros estúdios de cinema do mundo e ali fez vários filmes, com temas oníricos, aventureiros, que seriam a génese dos actuais filmes de sci-fi, de aventuras e até mesmo de terror. Méliès foi o primeiro a escrever roteiros de cinema, ‘storyboards’, foi o primeiro a usar efeitos especiais e visuais, o primeiro a usar filmagens rápidas, em ‘stop-motion’ e, inclusive, o primeiro a lançar filmes a cores, pintados frame a frame. Neste filme, acompanhamos o jovem Hugo Cabret, que vive escondido na estação ferroviária de Paris Montparnasse, onde o seu tio é relojoeiro. O tio desapareceu, provavelmente bêbado, e é ele quem, secretamente, conserta os relógios. Ele herdou do seu falecido pai um autómato que tenta consertar, sabendo ser esse o desejo dele antes de morrer, mas quando o seu bloco de notas é confiscado por um vendedor de brinquedos que o toma por um vulgar ladrão, ele pede a ajuda da sobrinha deste para o recuperar. O filme é bom. Não é perfeito, mas é seguramente uma boa aposta para um serão familiar ou de amigos. Pessoalmente, quero destacar a parte final, onde Scorsese realmente homenageia a figura de Méliès, chamando-o mesmo ao palco para uma ovação merecida, ainda que somente simbólica, digamos assim. O filme mostra-nos bem como o cinema era feito quando nasceu, e a magia que, já então, existia por trás das câmaras. O filme conta com um bom elenco, onde se destaca a figura do jovem Asa Butterfield, num bom trabalho de interpretação. Ainda melhor do que ele, Chloe Grace Moretz rouba as atenções do público sempre que aparece, imprimindo à personagem uma jovialidade, alegria e malandrice que nos sabem bem. No tocante aos “actores adultos”, é o filme de Ben Kingsley. Ele domina as cenas onde aparece e está em grande forma e inspirado, dando-nos um dos trabalhos de maior qualidade da sua carreira como actor… e isto não é dizer pouco, observando a sua filmografia já avantajada onde se agigantam nomes como *Gandhi* ou *A Lista de Schindler*. Outro veterano que aparece por aqui é Christopher Lee, num breve cameo. Muito menos agradável do que os colegas, Sacha Baron Cohen tenta ser engraçado como polícia da gare ferroviária, mas não pode nem é capaz de o conseguir. Há vários bons actores aqui — Scorcese parece atraí-los como se ele fosse uma luz brilhante — mas fazem tão pouco que nem os vemos realmente. Tecnicamente, é um filme cheio de valor, começando por uma excelente cinematografia, onde a cor é sabiamente aproveitada e o trabalho de filmagem é feito com mestria. O filme aproveita bem as técnicas visuais e de CGI para se tornar ainda mais bonito, assim como faz bom uso dos cenários e dos figurinos, muito bem feitos e repletos de detalhes. A edição foi bem feita, mas o filme, ainda assim, tem alguns problemas de ritmo: se o princípio parece estar com dificuldades em dizer abertamente ao que vem, o resto do filme melhora substancialmente, agarra a história, mas ainda se demora muito nalgumas cenas sem isso parecer justificar-se. Há ainda várias sub-tramas, principalmente associadas às pessoas que vivem ou trabalham na gare, que não são desenvolvidas adequadamente e ficam perdidas, como pontas soltas. A banda sonora, assinada por Howard Shore, é realmente muito boa, com o uso do acordeão a dar-lhe um cheirinho realmente muito parisiense e agradável aos ouvidos.

Em 19 Sep 2021

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